«Iranilson Buriti revisita a obra da missionária inglesa Sarah Kalley 'A Alegria da Casa' (1866) como um dispositivo pedagógico que contempla discursos moralizadores ancorados em ideias e práticas de disciplinarização e higienização. Inserindo-se numa perspectiva da história da cultura da escrita, Iranilson observa a obra da Sarah Kalley como um dispositivo pedagógico que contempla discursos moralizadores ancorados em ideias e práticas de disciplinarização e higienização. Discursos esses que foram elaborados, difundidos, (re)apropriados e (re)utilizados reforçando aconselhamentos doutrinadores e modelares voltados para a mulher-mãe nas suas práticas cotidianas. Contemplando aconselhamentos sobre organização dos espaços domésticos, observando os 'cuidados de si' (como cuidar do corpo, se higienizar, embelezar, vestir), controlando e construindo gostos e sensitividades (olfato, olhar, paladar, audição), adentrando as intimidades e sensibilidades (docilidade, carinho, esperança, recato, virtudes e preceitos de moral). Investigador incansável e meticuloso do passado, o autor utiliza-se desse documento-base precioso e, com essa evidência, estabelece um diálogo analítico que possibilita uma interpretação única, primorosa, plena de significados.» (Profa. Dra. Maria Izilda Santos de Matos)