Durante anos, todas as férias haviam sido em função das duas meninas e, quando elas já estavam grandes e começaram a viajar pelo mundo com os amigos, eu sempre ficava em casa esperando que voltassem. Eu me preocupava não apenas com catástrofes de todo tipo (os perigos das viagens aéreas, das viagens pelo mar, as guerras, os terremotos, os maremotos), mas também com os nervos frágeis delas, as possíveis tensões com os companheiros de viagem, os dramas sentimentais por causa de amores correspondidos muito facilmente ou nem um pouco correspondidos. Eu queria estar pronta para lidar com pedidos repentinos de ajuda, temia que me acusassem de ser como eu de fato era: distraída ou ausente, absorta em mim mesma. Chega. Levantei-me, fui tomar banho.